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Tecnologia, Inovação e Empreendedorismo

Como as três palavras-chaves do contemporâneo podem direcionar suas ações cotidianamente?

Tecnologia Inovação e Empreendedorismo
Fonte: Blog BRQ

Entrevista concedida ao jornalista Ronaldo Anunciação, do Portal 071 News, na ocasião do Projeto ENADE 2022.


Professor Leonardo: geralmente iniciamos as nossas entrevistas com exposição de conceitos, mas antes disso, expõe para os nossos estudantes porque a temática é considerada uma das mais importantes no segmento atualidades?


Como nós estamos inseridos num contexto exigente e competitivo, torna-se fundamental o entendimento acerca de estratégias para conseguir maiores ganhos em relação aos cenários estabelecidos. Costumo dizer, por exemplo, que em minhas aulas, trazer novas metodologias de ensino e aprendizagem é uma postura empreendedora e inovadora, pois diante das distrações e excesso de informação que vivenciamos na contemporaneidade, elaborar estratégias atrativas para seduzir e encantar o cliente é algo transformador em nossos processos formativos. É saber renovar negócios, se comprometer com o público interessado e abranger todos os objetivos estabelecidos diante de nossas metas. Inovar é uma característica humana essencial para sobreviver num mundo complexo, sempre mergulhado em remodelações de formatos.


O processo de Inovação e Empreendedorismo se volta para reflexões sobre criatividade?


A pessoa empreendedora é aquela que possui a capacidade de aplicar ações assertivas para promover processos criativos e recriar produtos e ambientes, tendo em vista estabelecer oportunidades que sejam diferenciadas, numa postura que mescla assumir riscos. É ter um perfil enérgico, tomado por atitudes firmes, focado em agir ao seu favor e em prol da comunidade que atende. Ser empreendedor é alguém com faro para finanças e sensibilidade criativa para realização de projetos, algo que nos leva aos debates sobre criatividade. Há um universo de conceitos sobre criatividade, mesclando todos eles e resumindo por aqui em linhas gerais, podemos dizer que é algo que se relaciona com a busca por originalidade, isto é, a adequação em busca de soluções e possibilidade de utilização de caminhos variados para o alcance dos resultados esperados num projeto. É um ato que se constrói com base nos elementos da realidade que a pessoa conhece. Basicamente, criatividade é elaborar, conceber, criar. Para ser criativo é preciso confrontar, organizar, configurar e criar significado para as coisas. Se levarmos para a teoria, podemos dialogar com o que Ostrower versa sobre a criatividade ser tradicionalmente vista como uma inspiração divina, uma forma de intuição, algo que precisamos questionar sempre. Historicamente observando este conceito, temos Charles Darwin e sua teoria evolucionista que afirmou ser a criatividade um composto genérico inesgotável e hereditário, não sendo possível educar uma pessoa para a criatividade, uma colocação polêmica e que pode ser refletida, mas não levada como conceito de verdade absoluta.

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Fonte: Abertura Simples

Inovar e empreender: conceitos antagônicos ou complementares?


Empreender e inovar são conceitos complementares. O empreendedor basicamente cria soluções e investe na produção de ideias para atender ao seu negócio enquanto a inovação se define como a busca por elaborar algo que seja o diferencial dentro do mercado. A inovação é uma proposta de solução e o empreendedorismo propõe soluções para o mercado, tendo em vista obter lucro, sendo assim, são conceitos sinônimos.


Em linhas gerais, o que é e o que faz um bom empreendedor?


Empreender vem do francês “entrepreneur”, vocábulo que designa aquele que está entre ou intermediário, termo utilizado pelo economista Jean-Baptiste Say em suas considerações sobre os indivíduos que transferem recursos econômicos de um setor de baixa produtividade para um setor de produção mais elevada. Basicamente, o empreendedor é aquele que abre um negócio novo e próprio, mas precisamos considerar que nem todas as pessoas envolvidas neste esquema são empreendedores, tampouco estão realizando um empreendimento. O seu conceito é vasto e refletido por diversos especialistas: empreendedor pode ser aquele que é capaz de aplicar ações de mudança de maneira criativa, reformulando o que está estabelecido e assumindo os riscos da empreitada, sendo alguém informado, preparado e com ideias e atitudes assertivas para fazer as coisas darem certo. O empreendedor nato agrega valor ao que faz, exploram todas as oportunidades possíveis de seu cenário e possuem postura inovadora, numa percepção aguçada do fluxo mercadológico, tendo em vista conhecer ou criar ferramentas para lidar com a concorrência do presente e do futuro.

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Fonte: Navegin

E nesta mesma sequência, o que pode ressaltar sobre a Inovação?


Inovar é a capacidade de fazer as coisas diferentes dos demais dentro de um esquema de busca por destaque. Fundamental para o crescimento humano, a inovação produz impacto quando assertiva. Inovar é quando aproveitamos momentos criativos, utilizando conhecimentos previamente existentes para nos capacitar diante da necessidade de novas habilidades e soluções. Pensando mercadologicamente, a inovação é a busca por resolução de problemas para os consumidores, a saída do empreendedor para buscar atendimento diante de demandas, aumentando o valor da marca, gerando visibilidade e ampliando oportunidades. Especialistas definem que a inovação pode ser incremental, radical ou disruptiva. No primeiro caso, temos o aperfeiçoamento contínuo de uma demanda, tornando o seu custo mais favorável ao empreendedor e assim, garantir o interesse do cliente. Na inovação radical, mais cara e ousada, mergulhada em riscos, temos a busca por criação de um mercado para algo novo. Considerada inevitável por quem atua neste campo, a inovação disruptiva se refere a simplificação de uma oferta entregue por grandes empresas, isto é, num processo que produz colapsos e muda sistemas inteiros.


E em qual ponto da caminhada diante destes conceitos entram a Ciência e a Tecnologia?


Primeiro precisamos dissociar o conceito de ciência como algo laboratorial, mais voltado ao campo das Exatas e da Saúde. No campo da Inovação e do Empreendedorismo, o pensamento científico pavimenta o caminho que será trilhado na dinâmica dos negócios. A elaboração de hipóteses, o enfrentamento de um problema, a metodologia utilizada para a investigação de uma ideia e o embasamento para melhor compreender o que pretende desenvolver enquanto produto embasa a relação da ciência com o conceito em questão. A tecnologia vem para auxiliar o empreendedor, pois por meio de novos recursos, há a possibilidade de automatizar e padronizar processos, diminuindo custos e otimizando dinâmicas. Na era digital, muitos negócios se tornaram mais em conta, viabilizados pelas tecnologias sempre em transformação. Como a internet transformou a maneira como nos relacionamos, haja vista a suas possibilidades de distribuição, criação de produtos e modelos de negócios, pensar na mudança da mentalidade da empresa também é um caminho considerado sem volta neste campo de atuação.


Agora a pergunta inevitável: como você, defensor das questões sobre repertório cultural, trabalha com Inovação e Empreendedorismo por meio do cinema?


Apesar de longo e complicado de exibir em sala de aula para discussões, admiro bastante o roteiro de A Rede Social, sobre a criação do Facebook, filme por David Fincher. Não podemos nos ater ao que é ou não real na dinâmica narrativa, mas como o Empreendedorismo e Inovação se apresentam na história, em especial, na maneira como os conflitos são gerenciados em momentos decisivos. Fome de Poder, protagonizado por Michael Keaton, é outra trama sobre a batalha de um empreendedor para inovar, aqui, num esquema de fast-food, tendo como destaques a dedicação, a entrega e a visão dos seus criadores para criar uma das marcas mais fortes do mundo. Sob a direção de Nancy Meyers, temos o divertido Um Senhor Estagiário, narrativa sobre a importância da mentoria para potencializar o crescimento da empresa e revigorar os seus profissionais. Já na comédia A Grande Aposta, temos uma empresa que se destaca pela antecipação mercadológica, colocando todas as suas energias em algo ainda não estabelecido, numa discussão interessantíssima sobre inovação. Ademais, todas as cinebiografias sobre Steve Jobs, Bill Gates e outros grandes nomes da área tecnológica podem ser inspirações, por mais que seus enredos sejam considerados abaixo da média nos quesitos estéticos e de entretenimento.

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Fonte: Leonardo Campos

Durante a sua fala, professor Leonardo, diversas ilustrações foram realizadas, tendo como destaque várias áreas da atuação humana. Mas, o Jornalismo e a Publicidade e Propaganda ganharam algum destaque.  


Para os jornalistas, refleti sobre a notícia como mercadoria e a relação dos profissionais desta área que atravessa crises constantes nas últimas décadas, inclusive na contemporaneidade, numa fase que estamos definindo temporariamente como pós-pandemia. Os jornalistas precisam lidar com a transformação diante da digitalização da comunicação, novos modelos de negócios, mudanças estruturais na esfera pública, em linhas gerais, o atendimento constante aos públicos cada vez mais segmentados, indivíduos que buscam a informação como mercadoria. Ademais, diante das crises políticas, econômicas e sociais em que vivemos no Brasil atual, inovar e empreender é uma necessidade emergencial. Os jornalistas precisam lidar com o repórter cidadão, redes sociais e aplicativos, dentre outros caminhos de geração de notícias, muitas delas, desqualificadas. Inovação é um conceito escorregadio para pensar a atividade jornalística, um campo de produção que tem mudado substancialmente a sua geração de conteúdo, bem como a sua distribuição e suporte. Jornalistas renomados que saíram de grandes conglomerados comunicacionais e abriram startups podem ser uma ilustração para debates sobre os conceitos dentro do campo da comunicação. No terreno da Publicidade e Propaganda, podemos refletir sobre as chamadas indústrias criativas, oriundas no cenário econômico contemporâneo, sempre em remodelações. É um campo de produção de bens com alto grau de inovação e de grande valor agregado, focado na mudança de paradigmas, delineamento de novos formatos de negócios, dinâmica com amplo crescimento na atualidade. Baseando-se na vocação, na cultural e nos valores locais, a economia criativa gera emprego, renda, tributos, correlacionando-se com diversos setores da sociedade.


Para o nosso encerramento, comenta para os nossos leitores as principais características de uma pessoa inovadora e empreendedora?


Não estamos diante de uma ciência exata, por isso, nem todas as características podem estar completamente desenvolvidas num individuo, mas espera-se que um eficiente empreendedor e inovador seja alguém questionador e inquieto, tenha objetivos claros, visão sistêmica, atualização constante de seus conhecimentos. É preciso também ser observador, ter uma boa rede de contatos, dinamizar seus processos criativos, experimentar sempre e aplicar, em seu cotidiano, fundamentos da inteligência emocional, comunicação eficaz e empática, ser proativo, saber liderar, gerenciar adequadamente o seu tempo e as pessoas ao seu redor, bem como ter disciplina e bom planejamento estratégico. Cada tópico em questão possui uma profundidade e, logicamente, as suas particularidades.

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